A COMUNA DE PARIS E EUGÈNE POTTIER, O POETA DO HINO DA INTERNACIONAL SOCIALISTA

(Fragmentos da História Social e Cultural Mundial)

Por JORGE ESCHRIQUI
(1) As origens da palavra "Internacional"
A palavra "Internacional" remete aos congressos da Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) que se reuniu de 1864 a 1876.
Trata-se um período da história caracterizado pela organização de trabalhadores em sindicatos e associações para lutar por seus direitos dentro do contexto da Revolução Industrial.
Em 1864, em Londres, realizou-se a primeira reunião da Associação Internacional dos Trabalhadores, também conhecida como "Primeira Internacional". Os objetivos da AIT eram valorizar a ação sindical e outras formas de luta dos trabalhadores por seus direitos políticos e sociais e viabilizar a conquista do poder pelos trabalhadores. Os seus lemas eram: (a) a permanente solidariedade entre os trabalhadores e suas lutas; (b) a promoção do trabalho cooperativo; (c) a redução da jornada de trabalho das mulheres e das crianças; (d) a difusão da lei da jornada de 10 horas pelos outros países e; (e) o estímulo à organização sindical. Participaram da "Primeira Internacional" indivíduos ligados às diferentes tendências do movimento dos trabalhadores, podendo-se mencionar sindicalistas, cooperativistas, democráticos radicais, republicanos, socialistas utópicos, anarquistas, entre outros.
A Associação Internacional dos Trabalhadores foi pensada por Karl Marx com a finalidade de unificar a atuação dos diversos grupos de trabalhadores, constituindo-se um organismo independente das práticas liberais que congregasse os operários e, simultaneamente, conquistasse o apoio de outros setores sociais explorados pelo sistema capitalista de produção. Todavia, houve críticas de muitas organizações contra a proposta de Marx de transformar a AIT em um partido político de massas, principalmente por parte dos anarquistas que consideravam um partido, ainda que fosse da classe operária, um instrumento de poder. Ademais, enquanto para os comunistas (cuja principal liderança era Marx), haveria a necessidade de um período de "ditadura do proletariado" (socialismo) para se chegar ao comunismo, por outro lado, para os anarquistas (representados principalmente por Mikhail Bakunin), todo Estado é opressor, defendendo por esta razão que se deveria realizar a passagem do sistema capitalista diretamente para o comunista.
(2) A prova de fogo da "Primeira Internacional": a Comuna de Paris
A guerra entre a França e a Prússia (1870-1871) foi extremamente danosa para os franceses, com derrotas, invasão e ocupação do país pelos inimigos. A fragilidade do Governo Napoleão III levou à Proclamação da Terceira República por parte da Assembleia Nacional. Contudo, o governo resistia à ideia de rendição para os prussianos, ocasionando o cerco de Paris durante quatro meses. O desfecho da guerra foi a assinatura de um armistício em janeiro de 1871.
Todavia, o ego dos franceses foi ferido não somente por causa da derrota na guerra, mas também pelo acontecimento da coroação de Guilherme I, pouco tempo depois, como imperador da Alemanha em pleno Palácio de Versalhes. Diante deste fato, a Assembleia Nacional decidiu pela deposição de Napoleão III e pelo início das tratativas de um acordo de paz com o governo alemão, comprometendo-se a pagar pesada indenização, ceder as regiões de Alsácia e Lorena e aceitar a realização de uma parada triunfal das forças alemãs em Paris.
Em meio a este cenário humilhante para os franceses, eclodiu em 18 de março de 1871 um movimento revolucionário conhecido como Comuna de Paris que duraria 72 dias. A Guarda Nacional recusou-se a reprimir os revoltosos que pretendiam estabelecer um governo operário e popular. Desse modo, os governantes franceses perderam o controle da situação e se refugiaram em Versalhes.
O novo governo estabeleceu a ocupação das fábricas abandonadas, proibiu o trabalho feminino e infantil, adotou o sufrágio universal para o preenchimento de todos os cargos administrativos, judiciais e educacionais da República. Contudo, o governo operário e popular ficou restrito a Paris e teve que enfrentar a árdua resistência dos setores burgueses e conservadores da sociedade francesa que apoiaram e financiaram o aumento do armamento e contingente do governo de Versalhes, cujo exército pulou de 30 mil para 130 mil homens, contando inclusive com soldados libertados pelos alemães.
O desfecho final foi uma repressão violenta contra a Comuna de Paris, que resultaria na árdua perseguição aos participantes da "Primeira Internacional", na truculência com as mobilizações operárias e os partidos ou movimentos inspirados em ideias de revolução social e na morte de milhares de pessoas. Diante deste cenário, optou-se pela transferência do conselho da "Primeira Internacional" para Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1872. Nesse ano os anarquistas seriam expulsos dela e, em 1876, decidiu-se pelo seu fechamento.
A "Segunda Internacional" somente seria reunida em 1891. Todavia, no intervalo de tempo entre 1876 e 1891, aconteceu uma importante transformação no movimento operário alemão. Antigos seguidores de Karl Marx, como Bebel e Karl Liebknecht, optaram por romper com os comunistas no Congresso de Gotha de 1876 após duras críticas a determinados pontos básicos do pensamento marxista, dando origem à corrente da Social Democracia. Apesar das críticas de Marx e das resistências do governo alemão, o Partido Social Democrata cresceu e se transformou no maior partido político da Alemanha. Diante desta nova distribuição de forças políticas dentro do movimento operário, a "Segunda Internacional" foi marcada pela presença de três grupos distintos: (a) revisionista, de Berstein, que discordava da maior parte das ideias marxistas; (b) moderado, liderado por Karl Kautsky, que contestava essencialmente os revisionistas e, por conseguinte, defendendo Karl Marx e Friedrich Engels e; (c) radical ou marxista-revolucionário, encabeçado por Lênin e Rosa Luxemburgo, que propunha uma renovação dentro do próprio marxismo, mas de caráter revolucionário.
A "Segunda Internacional" encerrou as suas atividades com o início da Primeira Guerra Mundial em 1914 em decorrência, sobretudo, da postura de partidos socialistas que, embora denunciando desde os primeiros anos do século XX a eminência do conflito mundial como consequência das necessidades de expansão do capitalismo, optaram pela colaboração com os pedidos de créditos feitos pelos governos envolvidos. Em outras palavras, o Nacionalismo acabou prevalecendo sobre o ideal Internacionalista.
(3) Eugène Pottier, o poeta da "Internacional"
Eugène Pottier nasceu em Paris em 4 de outubro de 1816. Quando tinha 14 anos escreveu sua primeira canção revolucionária intitulada “Viva a Liberdade”. Pottier era filho de uma família pobre e como pobre viveu toda a sua vida. Tratava-se de um proletário que ganhava o seu pão embalando caixotes e, posteriormente, desenhando motivos para tecidos.
A partir de 1840, as suas canções tornaram-se hinos de combate dos movimentos sociais em importantes acontecimentos da história francesa, ecoando-se através delas a necessidade do despertar da consciência dos oprimidos, da unidade dos trabalhadores e da crítica aos governos representativos dos interesses dos burgueses e conservadores.
Eugène Pottier esteve no fronte dos combates da Comuna de Paris em 1871, o que lhe proporcionou ser eleito membro da Comuna, reunindo 3.352 votos dos 3.600 emitidos. Tomou parte ativa em todas as ações da Comuna, esse primeiro governo proletário. A queda da Comuna obrigou-o a emigrar inicialmente para a Inglaterra e a posteriori para os Estados Unidos.
A derrota da Comuna de Paris levaria Eugènne Pottier a escrever "A Internacional" em junho de 1871. No poema Pottier eternizou a marcha das batalhas e aspirações geradas na Comuna de Paris expressas nas famosa estrofes "Bem unidos façamos / Nesta luta final / Uma terra sem amos / A Internacional". Além disso, o escritor expressa ao longo do poema o desejo do fim de um velho e o começo de um novo mundo, a necessidade da identidade universal da humanidade, a conquista efetiva e real da liberdade humana através da luta contra as desigualdades e injustiças sociais e a esperança de um mundo de paz para as futuras gerações.
Pottier somente regressaria do exílio em 1880, ingressando prontamente no Partido Operário. Em 1887, conseguiu publicar uma coletânea de poesias denominada "Canções Revolucionárias". Nesse ano, Eugène Pottier faleceu em 8 de novembro, fato que causou comoção entre os trabalhadores parisienses, que representados por 15.000 pessoas, decidiram acompanhar o corpo do poeta até o cemitério Père Lachaise, onde estavam enterrados os fuzilados da Comuna de 1871. Apesar da repressão da polícia em uma tentativa de desmobilizar a multidão, os trabalhadores não somente assistiram ao enterro, mas também carregaram uma bandeira vermelha e gritavam "Viva Pottier!".
Em 18 de junho de 1888, o sapateiro, vendedor de jornais e depois gerente de taberna, um dos primeiros prefeitos socialistas franceses e líder do Partido Operário, Gustavo Delory, solicitou ao operário belga Pierre Chrétien Degeyter que musicalizasse os versos do poema "A Internacional" de Eugène Pottier. No dia 23 de julho de 1888, o Coral "Lyre des Travailleurs" interpretou na França, pela primeira vez, "A Internacional", na taberna La Liberté, na Rue de la Vignette em Lille, no popular bairro de Saint-Sauveur, onde se realizava uma festa socialista. Pierre Degeyter faleceu em Saint-Denis, em 26 de setembro de 1932, com quase 84 anos. Em seu funeral compareceu 50 mil trabalhadores para homenageá-lo.
Até 1900, "A Internacional" só era conhecida no norte da França, tendo se tornado a canção dos mineiros da região. Posteriormente, ficou conhecida no resto da França. Em fevereiro de 1900, foi cantada em Bourges, igualmente pelos manifestantes de Saint-Quentin e nos festejos do 1º de Maio de diversas cidades. Logo, "A Internacional" popularizou-se nas manifestações de rua, nos congressos e nos sindicatos.
Em 1905, foi a canção dos amotinados do Encouraçado Potiomkim. Em 1909, "A Internacional" acabou sendo incorporado como hino oficial pela "Segunda Internacional". Em outubro de 1917, durante a Revolução Russa, a música foi o hino da vitória dos insurretos da Praça Vermelha, em Moscou.
A versão em língua portuguesa foi criada em 1909 pelo jornalista e advogado anarquista português Neno Vasco, que emigrou para o Brasil ainda no início do século XX. "A Internacional" foi cantada em São Paulo, durante as primeiras manifestações do 1º de maio e as greves gerais de julho de 1917, organizada por anarco-sindicalistas.
(4) Letra do poema "A Internacional" de Eugène Pottier
"De pé, ó vítimas da fome
De pé, famélicos da terra
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai o mal bem pelo fundo
De pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó produtores.
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional.
Senhores, patrões, chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra-mãe livre e comum
Para não ter protestos vãos
Para sair desse antro estreito
Façamos nós por nossas mãos
Tudo o que a nós nos diz respeito.
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional.
Crime de rico a lei o cobre
O Estado esmaga o oprimido
Não há direitos para o pobre
Ao rico tudo é permitido
À opressão não mais sujeitos
Somos iguais todos os seres
Não mais deveres sem direitos
Não mais direitos sem deveres.
Bem unido façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional.
Abomináveis na grandeza
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu
Querendo que ela o restitua
O povo quer só o que é seu.
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional.
Fomos de fumo embriagados
Paz entre nós, guerra aos senhores
Façamos greve de soldados
Somos irmãos, trabalhadores
Se a raça vil, cheia de galas
Nos quer à força canibais
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais.
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional.
Pois somos do povo ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a Terra aos produtivos
Ó parasitas, deixai o mundo
Ó parasita que te nutres
Do nosso sangue a gotejar
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o Sol de fulgurar.
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A Internacional".
(5) Trazendo o Hino da Internacional para os dias atuais...
O Hino da Internacional traz em si o legado das diversas vertentes do movimento operário desde a Revolução Industrial (socialismo utópico, anarquismo, comunismo, social democracia) que prepararam o terreno dos direitos trabalhistas, capinando por meio dos protestos, revoltas e greves que custaram a vida de milhares de trabalhadores, adubando cada vertente através dos seus pensamentos e das suas visões de mundo e semeando conquistas coletivas ao decorrer dos anos, das décadas e dos séculos com muito suor e lágrimas. Cada geração que sucedeu a outra nesta luta foi uma árvore que deu frutos para que os trabalhadores pudessem ter condições mais dignas para o exercício dos seus ofícios. Todavia, o capitalismo, o neoliberalismo e denominada quarta fase da Revolução Industrial no século XXI trazem novos dilemas que precisam ser refletidos, principalmente, pelos movimentos sociais e a esquerda mundial.
Alguns leitores deste texto podem dizer que a letra do Hino da Internacional apenas revela que o socialismo e o comunismo são utopias, o que pode ser demonstrado pelas experiências históricas presenciadas até o presente momento em países que optaram pelo regime do socialismo real. Concordo plenamente. Entretanto, não seria utopia também a crença vendida ultimamente pelo capitalismo de que o empreendedorismo seria a solução de todos os problemas de desemprego ou subemprego e uma via de ascensão social rápida ou até mesmo de enriquecimento para aqueles que por ela optam, ainda que isto possa custar jornadas de 10, 12 ou 14 horas, por exemplo, em uma bicicleta ou moto de entrega ou atrás de um volante de carro que presta serviço para empresas de transporte por aplicativo? Quer maior utopia do que a vendida pelo Estado através de jogos de loteria ou, pior ainda, de "empresários" donos de aplicativos ou sites de jogos de azar de enriquecimento instantâneo para as massas, levando, neste último caso, muitas vezes a perda do pouco que o proletariado acumulou ao longo da sua vida de trabalho e sacrifício, empurrando-o muitas vezes para situações extremas como o suicídio?
Para piorar, grande parcela dos trabalhadores compraram ideias que consideram, por exemplo, os sindicatos como pelegos à serviço de patrões, cabide de emprego ou reduto de "esquerdopatas"; seguridade social como forma de pagar mais impostos ao Estado "sem qualquer forma de retorno" na forma de serviços públicos de qualidade; a esquerda como antipatriota à serviço de um tal "globalismo" (que até hoje não entendi o que seja isto na cabeça da extrema direita) e da China e contrária a direitos fundamentais como a "falsa liberdade de expressão" interpretada como o direito do indivíduo espalhar mentiras, ofender a honra e a dignidade alheias, atacar a democracia, etc. No caso do Brasil, a partir da década de 1990, a esquerda foi perdendo as suas bases populares, o que pode ser explicado também pela substituição das Comunidades Eclesiais de Base com a Teologia da Libertação pelas igrejas neopentecostais que normalmente vendem uma imagem reacionária sobre política, costumes, família e sociedade em proveito de poderio social, econômico e político (basta ver a força da "bancada evangélica" no Congresso Nacional, o controle de meios de comunicação e a fortuna acumulada por determinados donos de igrejas).
Além disso, a Globalização e o desenvolvimento de novas Tecnologias da Informação e Comunicação trouxeram formas mais rápidas de transmissão de conteúdos. A direita e a extrema direita captaram tal fato e se utilizam das redes sociais, sites, inteligência artificial e outras tecnologias moderna para difundir as suas ideias, criticar os seus adversários ou inimigos políticos e inclusive difundir notícias falsas. Por outro lado, grande parcela da esquerda não consegue usar uma linguagem que seja acessível e de fácil compreensão para as massas e fica presa a meios de comunicação que se possuem ainda o seu público como o jornal impresso, a televisão e o rádio, não têm o mesmo alcance e a mesma velocidade de difundir notícias, informações e ideias como as diferentes redes sociais (Tik Tok, Facebook, Whatsapp, Xister, Instagram, BlueSky, etc.). Em outras palavras, a esquerda precisa sair da restrita arena da política institucional de gabinetes e corredores de assembleias e palácios e encontrar instrumentos e formas de linguagens para aproximar as massas dela.
Diferentemente das práticas adotadas pela extrema direita, este processo deve acontecer não pela mentira, pelo medo e pelos ataques aos direitos fundamentais e à democracia, mas através da consciência de classe alcançada pelo debate franco, honesto e verdadeiro, despertando alguma forma de reflexão na população sobre a realidade que a cerca (não o Brasil paralelo). E a consciência de classe deve perpassar todos os trabalhadores, sejam eles servidores públicos, celetistas ou empreendedores / autônomos. Deve merecer a atenção sobretudo o último grupo de trabalhadores, pois estão deixando-se influenciar pelas ideias da extrema direita exatamente pelo esquecimento dele pela esquerda em seus discursos e políticas públicas. Empreendedores / autônomos precisam compreender que fazem parte também, em sua grande maioria, do proletariado brasileiro, distanciando-se das elites dominantes.
Cada geração carrega consigo a semente do amanhã. Que o Hino da Internacional seja sempre ouvido e cantado reflexivamente para que a esquerda mundial não pare no tempo e continue a cultivar bem o seu campo e colher novos e cada vez melhores frutos ou novas gerações de lideranças das suas pautas e causas sociais.

Referências:
DE DECCA, Edgar S.; MENEGUELLO, Cristina. Fábrica e homens. A Revolução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores. São Paulo: Atual, 1999.

DE DECCA, Edgar S. O nascimento das fábricas. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.

HOBSBAWM, Eric J. Os trabalhadores. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.

MANDEL, Ernest. Introdução ao Marxismo. 3. ed. Porto Alegre: Movimento, 1978.

ROCHA, Eduardo. A Internacional: 150 anos da letra e melodia que lutam e encantam. In: Fundação Astrojildo Pereira/FAP. Brasília, 2021. Disponível em: <https://www.fundacaoastrojildo.org.br/150-anos-da-letra.../>.




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