
APRENDENDO A MORRER... Por MÁRIO QUINTANA Minha Morte nasceu quando eu nasci Despertou, balbuciou, cresceu comigo E dançamos de roda ao luar amigo Na pequenina rua em que vivi. Já não tem aquele jeito antigo De rir que, ai de mim, também perdi Mas inda agora a estou sentindo aqui grave e boa a escutar o que lhe digo. Tu que és minha doce prometida Nem sei quando serão nossas bodas Se hoje mesmo…ou no fim de longa vida. E as horas lá se vão loucas ou tristes Mas é tão bom em meio as horas todas Pensar em ti, saber que tu existes. Este quarto de enfermo, tão deserto de tudo, pois nem livros eu já leio e a própria vida eu a deixei no meio como um romance que ficasse aberto… Que me importa este quarto, em que desperto como se despertasse em quarto alheio? Eu olho é o céu! Imensamente perto, o céu que me descansa como um seio. Pois só o céu é que está perto, sim, tão perto e tão amigo que parece um grande olhar azul pousado em mim. A morte deveria ser assim: um céu que p...