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Mostrando postagens com o rótulo Certeza da Morte
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  APRENDENDO A MORRER... Por MÁRIO QUINTANA Minha Morte nasceu quando eu nasci Despertou, balbuciou, cresceu comigo E dançamos de roda ao luar amigo Na pequenina rua em que vivi. Já não tem aquele jeito antigo De rir que, ai de mim, também perdi Mas inda agora a estou sentindo aqui grave e boa a escutar o que lhe digo. Tu que és minha doce prometida Nem sei quando serão nossas bodas Se hoje mesmo…ou no fim de longa vida. E as horas lá se vão loucas ou tristes Mas é tão bom em meio as horas todas Pensar em ti, saber que tu existes. Este quarto de enfermo, tão deserto de tudo, pois nem livros eu já leio e a própria vida eu a deixei no meio como um romance que ficasse aberto… Que me importa este quarto, em que desperto como se despertasse em quarto alheio? Eu olho é o céu! Imensamente perto, o céu que me descansa como um seio. Pois só o céu é que está perto, sim, tão perto e tão amigo que parece um grande olhar azul pousado em mim. A morte deveria ser assim: um céu que p...
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  A MORTE / A PARTIDA (Para reflexão: Por que, afinal, o ser humano tem medo da morte e da partida se, segundo Vinicius de Moraes, "ela que é na vida a grande esperada"?) Por VINICIUS DE MORAES *** A MORTE *** A morte vem de longe Do fundo dos céus Virá para os teus Desce das estrelas Das brancas estrelas As loucas estrelas Trânsfugas de Deus Chega impressentida Nunca inesperada Ela que é na vida A grande esperada! A desesperada Do amor fratricida Dos homens, ai! dos homens Que matam a morte Por medo da vida. *** A PARTIDA *** Quero ir-me embora pra estrela Que vi luzindo no céu Na várzea do setestrelo. Sairei de casa à tarde Na hora crepuscular Em minha rua deserta Nem uma janela aberta Ninguém para me espiar De vivo verei apenas Duas mulheres serenas Me acenando devagar. Será meu corpo sozinho Que há de me acompanhar Que a alma estará vagando En...