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Mostrando postagens com o rótulo Democracia
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  A ESQUERDA QUE A DEMOCRACIA BRASILEIRA DEMANDA (Para uma reflexão sobre o futuro da esquerda no cenário político brasileiro) Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (Caetité-Bahia, 12 de julho de 1900 - Rio de Janeiro, 11 de março de 1971. Jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro) A reconstrução do país exige um vigoroso estado de confiança e de união para se processar com algum viso de êxito, tão sérios e difíceis são os problemas deixados por uma ditadura. Este período a iniciar-se será um período de sacrifícios e de esforços tão grandes que o seu possível sucesso depende de uma colaboração real e eficaz de todos os brasileiros. A luta e controvérsia democrática, pode ferir-se com toda vivacidade, pois essa luta não divide o país. As urnas dirão qual o programa e quais os homens preferidos e esses preferidos terão o apoio de todos os brasileiros. O essencial é que todos estejam de acordo quanto à aceitação da decisão popular. A luta democrática nunca dividiu país algum...
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  OS DESAFIOS À CIDADANIA E À DEMOCRACIA NO BRASIL CONTEMPORÂNEO Por JOSÉ MURILO DE CARVALHO (Andrelândia-MG, 1939. Historiador e cientista político. Membro da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Ciências). Após o fim da ditadura militar em 1985, havia a crença de que a democratização das instituições traria rapidamente a felicidade nacional. Pensava-se que o fato de termos reconquistado o direito de eleger nossos prefeitos, governadores e presidente da República seria garantia de liberdade, de participação, de segurança, de desenvolvimento, de emprego, de justiça social. Desde o fim da ditadura, problemas centrais de nossa sociedade, como a violência urbana, o desemprego, o analfabetismo, a má qualidade da educação, a oferta inadequada dos serviços de saúde e saneamento, e as grandes desigualdades sociais e econômicas ou continuam sem solução, ou se agravam, ou, quando melhoram, é em ritmo muito lento. Em consequência, os próprios mecanismos e agente...
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SOBRE EDUCAÇÃO E POLÍTICA NUMA DEMOCRACIA: OS EQUÍVOCOS DO POLITICISMO PEDAGÓGICO E/OU DO PEDAGOGISMO POLÍTICO Por DERMEVAL SAVIANI (Santo Antônio de Posse - SP, 1943. Professor emérito da UNICAMP e coordenador geral do Grupo Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR) Uma análise, ainda que superficial, do fenômeno educativo nos revela que, diferentemente da prática política, a educação configura uma relação que se trava entre não-antagônicos. É pressuposto de toda e qualquer relação educativa que o educador está a serviço dos interesses do educando. Nenhuma prática educativa pode instaurar-se sem esse suposto. Em se tratando da política, ocorre o inverso. A mais superficial das análises põe em evidência que a relação política se trava, fundamentalmente, entre antagônicos. No jogo político defrontam-se interesses e perspectivas mutuamente excludentes. Por isso em política o objetivo é vencer e não convencer. Inversamente, em ed...
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A função social da escola, cultura escolar e atuação democrática para a melhoria da qualidade do trabalho pedagógico Por JORGE ESCHRIQUI Enquanto importante instituição social, a função da escola é o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes e valores) que deve acontecer de maneira contextualizada, objetivando-se, assim, o despertar neles da capacidade de tornarem-se cidadãos participativos em uma sociedade democrática. O alcance deste objetivo demanda uma reflexão por parte de todos os membros da comunidade escolar (equipe pedagógica, gestor escolar, professor, demais funcionários, família e alunos) sobre o tipo de trabalho que se desenvolve na instituição de ensino e que resultados se tem obtido para favorecer o acesso ao conhecimento. Para se conquistar o sucesso na formação dos estudantes para o exercício da cidadania e a preparação para o...
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DEMOCRACIA, LIBERDADE DE PENSAMENTO E A IMPORTÂNCIA DA UNIVERSIDADE PÚBLICA PARA A SOCIEDADE BRASILEIRA (Para uma reflexão crítica sobre os ataques ideológicos da extrema direita às universidades públicas) Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (Caetité-Bahia, 12 de julho de 1900 - Rio de Janeiro, 11 de março de 1971. Jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro). A cultura brasileira se ressente da falta de quadros regulares para a sua formação. Em países de tradição universitária, a cultura une, solidariza e coordena o pensamento e a ação. No Brasil, a cultura isola, diferencia, separa. E isso, por quê? Porque os processos para adquiri-la são tão pessoais e tão diversos, e os esforços para desenvolvê-la tão hostilizados e tão difíceis, que o homem culto, à medida que se cultiva, mais se desenraiza, mais se afasta do meio comum, e mais se afirma nos exclusivismos e particularismos da sua luta pessoal pelo saber. Não há uma comunhão dos cultos. Repelido, muitas vezes, pelo me...
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  QUAL É A COMPATIBILIDADE ENTRE SOCIALISMO E DEMOCRACIA? Por JORGE ESCHRIQUI Norberto Bobbio comenta em "Qual Socialismo?: discussão de uma alternativa" sobre a impossibilidade da existência de um socialismo sem democracia, ou seja, o autor vê na via democrática uma forma mais real para a implantação do socialismo. Ele critica a ideia de alguns marxistas que percebem na democracia uma forma de dominação da burguesia, afirmando que, assim, eles estão contribuindo para o capitalismo. A maior possibilidade da implantação do socialismo por via democrática é também compartilhada por Carlos Nelson Coutinho em "Democracia e Socialismo" devido, de um lado, à abertura de um maior espaço político e, de outro, às mudanças na forma da acumulação capitalista. Na época do Manifesto do Partido Comunista, ou seja, do protocapitalismo, a acumulação esteve mais baseada na mais-valia absoluta do que na mais-valia relativa, isto é, mais na exploração da jornada de traba...
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SOBRE AS DIFERENÇAS ENTRE OS CONCEITOS DE UTOPIA E IDEOLOGIA: É POSSÍVEL PENSAR SOCIEDADES DEMOCRÁTICAS E MODERNAS SEM AS UTOPIAS? COMO REFLETIR O FUTURO DAS SOCIEDADES PARA ALÉM DAS IDEOLOGIAS? Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (Caetité-Bahia, 12 de julho de 1900 - Rio de Janeiro, 11 de março de 1971. Jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro). Temos, em relação ao mundo físico, aplicado corajosamente o método científico. Mas em relação à conduta própria do homem, conservamos os velhos métodos pré-científicos de simples condicionamento mecânico e irracional. Parece-me que as aludidas atitudes tiveram seu reflexo no pensamento geral da humanidade nos últimos cem anos. A primeira atitude gerou, além do desenvolvimento científico moderno, as grandes correntes de pensamento utópico em relação à organização social e econômica. A segunda atitude, supostamente realista, gerou os movimentos ideológicos, que sucederam ao pensamento utópico e, a meu ver, o deformaram e o tornaram s...
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  TEMPO DE COMPLACÊNCIA E DE ACOMODAÇÃO Por DARCY RIBEIRO (Montes Claros-MG, 1922 – Brasília-DF, 1997. Antropólogo, historiador, sociólogo escritor e político, conhecido por seu foco em relação aos indígenas e à educação no país). Vivemos um tempo de complacência e de acomodação. Mesmo os princípios democráticos mais elementares em que se assenta o regime republicano são esquecidos e negados exatamente por aqueles que mais deviam cuidar de sua inteireza. Difundiu-se em todas as esferas influentes do país, aquelas que mais pesam na tomada de decisões administrativas, legislativas e mesmo judiciárias, uma verdadeira ojeriza às questões de princípio. Assim, quem quer que se disponha a exigir coerência doutrinária nos atos públicos ou o exame das questões públicas à luz de princípios meridianamente expressos na Constituição, depara com um círculo fechado de estranheza e até de perplexidade. É como se tudo devesse ser decidido, por uma questão de bom gosto e de bom tom, nos t...
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O PAPEL DO GESTOR NA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO- POLÍTICO PEDAGÓGICO NUMA VISÃO DEMOCRÁTICA Por Sabrina da Silva Santana, Roseli da Silva Gomes e Joelma Sampaio Barbosa (Cadernos da Pedagogia – UFSCar) (1) Concepções de política e democracia: Desde o seu início até os dias atuais, a escola desenvolve suas concepções de Política e Democracia, ou seja, também tem sua chamada hierarquia, que é composta por gestores (diretores), supervisores, orientadores e professores. Cada qual tem uma função diante de seus responsáveis e todos têm deveres para com a escola. Porém, a escola ainda se encontra alienada da sociedade, ou seja, segue regras impostas socialmente. O diretor, se principal membro desses processos, é escolhido ou nomeado, igualmente como alguns professores e até mesmo o currículo a ser implantado. A consequência dessa ação resulta em um profissional que não se dedica, não interage com os outros, apenas manipula e não administra, resultando em um trabalho fragmentad...