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Mostrando postagens com o rótulo Justiça Social
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  DEMOCRACIA: REGIME SOCIAL E POLÍTICO DIFÍCIL E DE ALTO PREÇO (Para uma reflexão sobre o pensamento autoritário da extrema direita e as ameaças ao Estado Democrático de Direito no Brasil) Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (Caetité-Bahia, 12 de julho de 1900 - Rio de Janeiro, 11 de março de 1971. Jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro) Sabemos já o que seja democracia. Conhecemos as suas promessas e os seus frutos, mas sabemos também que é, por excelência, um regime social e político difícil e de alto preço. Todas as suas virtudes têm um reverso: a dificuldade. O seu próprio lema, tão velho e tão sonoro, de liberdade, de igualdade, de fraternidade, é uma forma condensada dessas dificuldades. A liberdade não é ausência de restrições, mas autodireção, disciplina compreendida e consentida; a igualdade não é fácil nivelamento, mas oportunidade igual de conquistar o poder, o saber e o mérito; e a fraternidade é mais do que tudo isto, mais do que a virtude, mais do que sabe...
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  DE QUAL NACIONALISMO O BRASILEIRO REALMENTE NECESSITA? (Para uma reflexão sobre a equivocada retórica “patriótica” e “nacionalista” do discurso militar e da extrema direita) Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (Caetité-Bahia, 12 de julho de 1900 - Rio de Janeiro, 11 de março de 1971. Jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro) Nacionalismo é, fundamentalmente, a tomada de consciência pela nação de sua existência, de sua personalidade e dos interesses dos seus filhos. Pelo nacionalismo, os indivíduos da nação se fazem verdadeiramente irmãos e tudo que atinja a cada um passa a atingir a todos. Por isto mesmo, antes de mais nada, o nacionalismo aguça em cada um o sentimento de justiça para com os demais habitantes do país, impondo a participação de todos na vida nacional e fazendo crescer a coesão e a consciência de igualdade entre eles. Passam todos, efetivamente, a se sentirem cidadãos da mesma pátria, com direito à mútua solidariedade e a certa igualdade fundamental. O...
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  EM DEFESA DA DEMOCRACIA E DA REFORMA AGRÁRIA* (Para o resgate da memória histórica do golpe militar e não da "revolução" de 1964) Por JOÃO GOULART (Presidente da República do Brasil entre 1961 e 1964) No comício de 13 de março de 1964, no Rio de Janeiro, o presidente João Goulart fez um longo discurso defendendo as reformas de base. Em certo momento, ele explicou por que era necessário defender a democracia num sistema de justiça social e realizar a reforma agrária no Brasil. Segundo os seus argumentos: "Dirijo-me a todos os brasileiros, não apenas aos que conseguiram adquirir instrução nas escolas, mas também aos milhões de irmãos nossos que dão ao brasil mais do que recebem, que pagam em sofrimento, em miséria, em privações, o direito de ser brasileiro e de trabalhar sol a sol para a grandeza deste país. Vou falar em linguagem que pode ser rude, mas é sincera sem subterfúgios, mas é também uma linguagem de esperança de quem quer inspirar confiança no...
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  QUANTO ME DÓI O BRASIL... Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA Fomos, até agora, um país que se desenvolveu ao sabor dos impactos externos que recebeu. Todos os nossos "ciclos" de progresso ou decadência filiam-se a condições externas. Graças a guerras e estados de emergência no mundo, somos jogados para cima ou para baixo, sendo tão somente digno de nota a esperteza com que tiramos proveito das circunstâncias favoráveis, esperteza destruída, aliás, pelo desânimo com que recebemos as desfavoráveis e pela dissipação com que malbaratamos a riqueza acidentalmente adquirida. Tal imediatismo de primitivos é uma consequência direta de nossa falta de educação. Nem por isto, porém, percebemos que a educação é o nosso problema basilar. Pois se já não é para os outros, como há de ser para nós? Mas a educação não é hoje somente a solução retardada em décadas do nosso problema basilar, é agora, também, um agudo e urgente problema de ordem. Com efeito, as condições do próprio mundo...