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  POBREZA, DISCRIMINAÇÃO E TRAUMA (Para reflexões sobre a "Humanidade") Por CAROLINA MARIA DE JESUS (Escritora negra brasileira, catadora de papéis e moradora da Favela do Canindé, em São Paulo, 1914-1977) - Não tenho força física, mas as minhas palavras ferem mais do que espada. E as feridas são incicatrizáveis. As mulheres pobres não tinham tempo disponível para cuidar de seus lares. Às seis da manhã, elas deviam estar nas casas das patroas para acenderem o fogo e prepararem a refeição matinal. Deixavam o trabalho às onze da noite. O homem pobre deveria gerar, nascer, crescer e viver sempre com paciência para suportar as falácias dos donos do mundo. Porque só os homens ricos podiam dizer “Sabe com quem está falando?” para mostrar sua superioridade. Se o filho do patrão espancasse o filho da cozinheira, ela não deveria reclamar para não perder o emprego. Mas se a cozinheira tinha filha, pobre negrinha! O filho da patroa a utilizaria para o seu noviciado sexual. Menina...