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  BRASIL: UM PAÍS MENTALMENTE SUBDESENVOLVIDO (Para uma análise de discursos e práticas de aversão à ciência, cultura e intelligentsia) Por AFRÂNIO COUTINHO (Salvador, 1911 – Rio de Janeiro, 2000. Professor, ensaísta e crítico literário brasileiro. Membro da Academia Brasileira de Letras) Costumamos no Brasil apreciar os homens vazios de ideias, mas que fazem coisas. Temos horror à teoria. Repelimos ideias e erudição como formas de poluição. Preferimos o homem telúrico, embebido da seiva telúrica, desligado de controle da inteligência. Desconfiamos dos estudiosos, cultos, eruditos, sabedores, para preferir os vazios de formação intelectual e conteúdo de cultura. Competência é coisa que não nos interessa. Por isso, o nosso desprezo pelo livro. Temos horror do livro. Ainda não descobrimos no Brasil que conhecimento e competência só se adquirem com o livro. Daí o nosso vício da improvisação, da superficialidade, da embromação, da desconfiança com o homem de saber e cultura, do...
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POR UMA CIÊNCIA MAIS HUMANÍSTICA, HUMANIZANTE E HUMANA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO Por ANÍSIO SPÍNOLA TEIXEIRA (Caetité-Bahia, 12 de julho de 1900 - Rio de Janeiro, 11 de março de 1971. Jurista, intelectual, educador e escritor brasileiro) Historicamente, todos sabemos que o saber científico, como o concebemos hoje, elaborou-se por saltos e não sem luta e esforço, para vencer resistências obstinadas. Para que o método experimental se aplicasse ao mundo físico, primeiro, e, depois, ao mundo fisiológico, houve perseguição e martírio... E porventura já estará superada a era dos perseguidos e dos mártires do progresso humano?!... Tais conhecimentos eram considerados perigosos, porque ameaçavam interesses criados e abalavam os fundamentos de uma ordem social inspirada em um saber unificado e pretensamente comum a toda a civilização vigente. Conquistado o progresso científico moderno, as velhas ideias não se consideraram derrotadas, mas apenas se retiraram para trincheiras mais profu...
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  RABELAIS E A EDUCAÇÃO RENASCENTISTA: "CIÊNCIA SEM CONSCIÊNCIA É A RUÍNA DA ALMA" A produção intelectual do Renascimento, seja na literatura ou filosofia, demonstra o interesse em superar as contradições entre o pensamento religioso medieval e o anseio de secularização da burguesia. No contexto de crítica à tradição escolástica, também a educação procura bases naturais, não-religiosas, a fim de se tornar instrumento pedagógico adequado para a difusão dos valores burgueses. Nem sempre alcançado nas escolas, esse ideal é defendido com vigor na obra de literatos, filósofos e pedagogos. Embora seja grande a produção intelectual na Renascença, ainda não há propriamente uma filosofia da educação como sistema de pensamento coerente e organizado. O que há são muitos esboços de teoria da educação, fragmentos de reflexão pedagógica como parte de uma produção filosófica mais ampla. François Rabelais (1494-1553), frade beneditino e médico francês, representa a corrente enciclop...