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  COMO É QUE O BRASIL CONSEGUE SER TÃO RUIM EM EDUCAÇÃO? Por DARCY RIBEIRO (Montes Claros-MG, 1922 – Brasília-DF, 1997. Antropólogo, escritor e político brasileiro, conhecido por seu foco em relação aos indígenas e à educação no Brasil) É uma coisa que sempre cogito, que sempre estou me perguntando: como o Brasil conseguiu ser tão ruim em educação e continua sendo tão ruim em educação? A única explicação que tenho é que é um defeito da nossa classe dominante. A nossa sociedade é uma sociedade enferma de desigualdades, suponho que a causa básica está em que somos descendentes dos senhores de escravos, fomos o último país do mundo, nós e Cuba, a acabar com a escravidão e a escravidão cria um tipo de senhorialidade que se autodignifica, que se acha branca, bonita, civilizada, come bem, é requintada, mas que tem ódio do povo, trata o povo como carvão para queimar. Então, na realidade, é uma classe dominante de filhos de senhores de escravos que vê o povo como a coisa mais rel...
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  UM DIÁLOGO NECESSÁRIO SOBRE EDUCAÇÃO NO BRASIL ENTRE PAULO FREIRE E DARCY RIBEIRO Por PAULO FREIRE e DARCY RIBEIRO Em 8 e 9 de junho de 1991, ocorreu um encontro histórico para a educação do Brasil no Bucsky Mar Hotel, na cidade de Niterói-RJ. Promovida pela Prefeitura e a Secretaria Municipal de Educação de Niterói, a mesa redonda com a presença de Paulo Freire e Darcy Ribeiro fazia parte do Seminário CIEP - Crítica e Autocrítica. Durante o evento, Paulo Freire e Darcy Ribeiro uniram-se para passar suas experiências a um grupo de professores e diversos profissionais da área da educação, que discutiram os modelos de educação oferecidos pela rede pública. (1) Trecho da fala de Paulo Freire: "Eu agradeço a vocês de terem me trazido aqui. Porque desde que eu cheguei do exílio, esta é a primeira vez que estamos juntos, em público ... a gente diz da luta da gente, a gente diz da capacidade e da necessidade de querer bem, de amar e do compromisso da gente com a escola...
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  TEMPO DE COMPLACÊNCIA E DE ACOMODAÇÃO Por DARCY RIBEIRO (Montes Claros-MG, 1922 – Brasília-DF, 1997. Antropólogo, historiador, sociólogo escritor e político, conhecido por seu foco em relação aos indígenas e à educação no país). Vivemos um tempo de complacência e de acomodação. Mesmo os princípios democráticos mais elementares em que se assenta o regime republicano são esquecidos e negados exatamente por aqueles que mais deviam cuidar de sua inteireza. Difundiu-se em todas as esferas influentes do país, aquelas que mais pesam na tomada de decisões administrativas, legislativas e mesmo judiciárias, uma verdadeira ojeriza às questões de princípio. Assim, quem quer que se disponha a exigir coerência doutrinária nos atos públicos ou o exame das questões públicas à luz de princípios meridianamente expressos na Constituição, depara com um círculo fechado de estranheza e até de perplexidade. É como se tudo devesse ser decidido, por uma questão de bom gosto e de bom tom, nos t...
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PUBLICAÇÃO DO ARTIGO "UNB, A REVOLUCIONÁRIA UNIVERSIDADE DE ANÍSIO E DARCY" NA EDIÇÃO ESPECIAL DA REVISTA NOSSA AMÉRICA DO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA DE SÃO PAULO (HOMENAGEM AOS 100 ANOS DE DARCY RIBEIRO)* Cem anos passam rápido? São tantos Darcys... Por onde anda o seu espírito? Na pequena Montes Claros (MG) até o ensino médio; em BH no curso de medicina (incompleto); em São Paulo estudando Ciências Sociais; nas aldeias Kadiwéu e Kaapor entendendo outras humanidades; no Rio de Janeiro tornando real o Parque Nacional do Xingu, no coração do país, e fundando o Museu do Índio; em Brasília criando a nova universidade e sonhando com outro Brasil. No Uruguai, no México, passando pelo Chile, Peru e Venezuela, formando um circuito intelectual que desemboca no Memorial da América Latina. Nos levantamentos etnográficos e nos estudos antropológicos, nos ensaios políticos e nas propostas educacionais, na literatura e nas confissões autobiográficas. São tantos os fazimentos de Darcys...