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  DESTRUIÇÃO DA MEMÓRIA DURANTE O REGIME MILITAR DE 1964-1985 (Fatos históricos sobre Cultura e Educação durante a Ditadura Militar) Por VLADIMIR SACHETTA / PAULO CÉSAR AZEVEDO Em 1977, quando demos início à pesquisa do fascículo "Nosso Século", da Abril Cultural, constatamos, na prática, as dificuldades de se estudar a história do País e, sobretudo, o desleixo com a preservação da chamada memória nacional. Em três anos de trabalho, descobrimos, por exemplo, que os arquivos do jornal "Última Hora", fundado pelo jornalista Samuel Wainer em 1951, não mais existiam. Com a venda do diário carioca, em 1971, os seus arquivos foram colocados na rua, depois levados pela Comlurb (Companhia de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro) e incinerados. Com o 'Correio da Manhã', também do Rio, quase aconteceu a mesma coisa. Os arquivos foram salvos por acaso. Os móveis de aço da empresa foram leiloados e arrematados pelo empresário Fernando Gasparian, dono do ex-semanário ...
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O QUE O PROFESSOR ENCONTRAVA NAS ESCOLAS PÚBLICAS DURANTE O REGIME MILITAR DE 1964 A 1985? (Fatos históricos sobre Cultura e Educação durante a Ditadura Civil Militar)     Por DERMEVAL SAVIANI    À frente de sua mesa, a sala superlotada de alunos; atrás, um quadro-negro e... giz, se tivesse sorte. Mas... e a biblioteca de classe, o laboratório, o material didático? Descobria que isso tudo não passava de luxo reservado a raríssimas escolas. Eis, pois, o primeiro ato de seu drama. O professor deveria ser o centro do processo de aprendizagem; deveria dominar com segurança os conteúdos fundamentais que constituem o acervo cultural da humanidade e transmiti-los de modo que garantisse que seus alunos os assimilassem. Em suma: ele não podia relacionar-se pessoalmente com os alunos, mas cabia-lhe fazer com que aprendessem. Ficava confuso. Não compreendia bem o que se passava. Então ele se revoltava, desanimava. Mas, enfim, havia um calendário a ser cumprido, era preciso dar ...
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O QUE FOI A TORTURA DURANTE O REGIME MILITAR? REFLEXÃO HISTÓRICA SOBRE O ASSASSINATO DO JORNALISTA VLADIMIR HERZOG PELA DITADURA – 25/10/1975 (Fatos históricos e personagens do Regime Militar Brasileiro de 1964 a 1985) Por MARCOS NAPOLITANO É fácil explicar a tortura pelo descontrole do aparato policial-militar da repressão ou pela autonomia do porão em regimes autoritários. Costuma-se explicar a tortura até pelo emprego de indivíduos sádicos e psicopatas na repressão, que cometeriam excessos, sobretudo nos casos mais atrozes de violência. Mas nenhuma destas explicações dá conta do fato de que a tortura é um sistema. Como sistema, não é o torturador que faz a tortura, mas exatamente o contrário. Sem o sistema de tortura, organizado, burocratizado e abrigado no aparelho civil e militar do Estado, o indivíduo torturador é apenas um sádico errante à procura de vítimas. Dentro do sistema, ele é um funcionário público padrão. Obviamente, a tortura nunca foi assumida pelo alto escalão...