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Mostrando postagens com o rótulo Política
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  CULTURA, POLÍTICA E PODER Por MARIO VARGAS LLOSA (Arequipa, Peru, 1936 - Lima, Peru, 2025. Escritor peruano vencedor do Prêmio Nobel de Literatura em 2010) Cultura não depende de política, em todo caso não deveria depender, embora isso seja inevitável nas ditaduras, principalmente as ideológicas ou religiosas, aquelas em que o regime se sente autorizado a ditar normas e estabelecer cânones dentro dos quais a vida cultural deve desenvolver-se, sob a vigilância do Estado empenhado em não permitir que ela se afaste da ortodoxia que serve de sustentáculo aos governantes. O resultado desse controle, como sabemos, é a progressiva transformação da cultura em propaganda, ou seja, em sua degeneração por falta de originalidade, espontaneidade, espírito crítico e vontade de renovação e experimentação formal. Numa sociedade aberta, embora a cultura se mantenha independente da vida oficial, é inevitável e necessário que haja relação e intercâmbios entre cultura e política. Não só ...
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SOBRE EDUCAÇÃO E POLÍTICA NUMA DEMOCRACIA: OS EQUÍVOCOS DO POLITICISMO PEDAGÓGICO E/OU DO PEDAGOGISMO POLÍTICO Por DERMEVAL SAVIANI (Santo Antônio de Posse - SP, 1943. Professor emérito da UNICAMP e coordenador geral do Grupo Nacional de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR) Uma análise, ainda que superficial, do fenômeno educativo nos revela que, diferentemente da prática política, a educação configura uma relação que se trava entre não-antagônicos. É pressuposto de toda e qualquer relação educativa que o educador está a serviço dos interesses do educando. Nenhuma prática educativa pode instaurar-se sem esse suposto. Em se tratando da política, ocorre o inverso. A mais superficial das análises põe em evidência que a relação política se trava, fundamentalmente, entre antagônicos. No jogo político defrontam-se interesses e perspectivas mutuamente excludentes. Por isso em política o objetivo é vencer e não convencer. Inversamente, em ed...
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  INDIFERENTES Por ANTONIO GRAMSCI Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes. A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heroica. A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais be...
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O PAPEL DO GESTOR NA ELABORAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO- POLÍTICO PEDAGÓGICO NUMA VISÃO DEMOCRÁTICA Por Sabrina da Silva Santana, Roseli da Silva Gomes e Joelma Sampaio Barbosa (Cadernos da Pedagogia – UFSCar) (1) Concepções de política e democracia: Desde o seu início até os dias atuais, a escola desenvolve suas concepções de Política e Democracia, ou seja, também tem sua chamada hierarquia, que é composta por gestores (diretores), supervisores, orientadores e professores. Cada qual tem uma função diante de seus responsáveis e todos têm deveres para com a escola. Porém, a escola ainda se encontra alienada da sociedade, ou seja, segue regras impostas socialmente. O diretor, se principal membro desses processos, é escolhido ou nomeado, igualmente como alguns professores e até mesmo o currículo a ser implantado. A consequência dessa ação resulta em um profissional que não se dedica, não interage com os outros, apenas manipula e não administra, resultando em um trabalho fragmentad...
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A QUESTÃO POLÍTICA DO TRABALHO PEDAGÓGICO: POR QUE A UNIVERSALIZAÇÃO DA ESCOLA PÚBLICA DE QUALIDADE DEVE SER A NOSSA CAUSA? Por ILDEU MOREIRA COELHO Um trabalho pedagógico que não conduza a uma organização mais efetiva da sociedade civil, em especial das classes subalternas, já comprometeu boa parte de seu sentido educativo e eficácia. A criação e o fortalecimento das associações de professores, de funcionários, dos movimentos estudantis e dos sindicatos são fundamentais, não apenas para uma transformação da sociedade, mas da própria escola. Aliás, a educação que se processa no enfrentamento, na luta que se trava nessas associações, tem um sentido e uma eficácia geralmente bem maior do que a que se processa na escola propriamente dita. É aí, muitas vezes, que os indivíduos adquirem uma compreensão mais lúcida e profunda do processo histórico, das possibilidades e limites de sua prática, do sentido de sua atividade, enfim, o saber realmente transformador porque brotado na prática...
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  ARTIGO "POR QUE SOCIALISMO?" DE ALBERT EINSTEIN ( Reflexões para os leitores: Por que o socialismo real é considerado por diversos analistas como diferente do teórico que é lido em diversas obras de tendência marxista? Após a derrocada da União Soviética, o socialismo é ainda uma alternativa histórica viável ao sistema capitalista ou apenas uma utopia? Seria preferível a social democracia que tenta conciliar o Estado de Bem-Estar Social, a democracia ocidental e o capitalismo, como em alguns países europeus, destacando-se os escandinavos?) Em maio de 1949, Albert Einstein, de origem judia e considerado o maior físico do século XX, escreveu um artigo intitulado "Por que socialismo?" para a Revista Monthly Review no qual demonstrou simpatia política política pelo socialismo e sua visão social do ser humano. Para o físico, o sistema educacional da sociedade capitalista seria prejudicado seriamente, pois as pessoas passariam a se educar somente visando progredir e...