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  POBREZA, DISCRIMINAÇÃO E TRAUMA (Para reflexões sobre a "Humanidade") Por CAROLINA MARIA DE JESUS (Escritora negra brasileira, catadora de papéis e moradora da Favela do Canindé, em São Paulo, 1914-1977) - Não tenho força física, mas as minhas palavras ferem mais do que espada. E as feridas são incicatrizáveis. As mulheres pobres não tinham tempo disponível para cuidar de seus lares. Às seis da manhã, elas deviam estar nas casas das patroas para acenderem o fogo e prepararem a refeição matinal. Deixavam o trabalho às onze da noite. O homem pobre deveria gerar, nascer, crescer e viver sempre com paciência para suportar as falácias dos donos do mundo. Porque só os homens ricos podiam dizer “Sabe com quem está falando?” para mostrar sua superioridade. Se o filho do patrão espancasse o filho da cozinheira, ela não deveria reclamar para não perder o emprego. Mas se a cozinheira tinha filha, pobre negrinha! O filho da patroa a utilizaria para o seu noviciado sexual. Menina...
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AS SUPERSTIÇÕES, OS MITOS E OS ESTEREÓTIPOS SOBRE O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NAS ESCOLAS Por MARCOS BAGNO Em 1990, o linguista e educador britânico Michael Stubbs escrevia que "toda a área da língua na educação está impregnada de superstições, mitos e estereótipos, muitos dos quais têm persistido por séculos e, às vezes, com distorções deliberadas dos fatos linguísticos e pedagógicos". É triste constatar que essas palavras, publicadas há anos, se aplicam com precisão impressionante ao que ainda ocorre hoje em dia no Brasil. Passados mais de cem anos de surgimento, crescimento e afirmação da Linguística moderna como ciência autônoma - a sociedade normalmente prefere dar as costas à investigação científica da linguagem, preferindo consagrar-se à sustentação das "superstições, mitos e estereótipos" que circulam há mais de dois mil anos no Ocidente. Quando o assunto é língua, o espaço maior é ocupado por alguns oportunistas que, apoderando-se inteligentem...