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Mostrando postagens de janeiro, 2025
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A GESTÃO DEMOCRÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS COMO FATOR ESSENCIAL PARA A CONSTITUIÇÃO DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA A PARTIR DE UMA ANÁLISE SOBRE A LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL Por JORGE ESCHRIQUI Na LDB é encontrada a regulamentação da gestão democrática das escolas públicas e o delineamento do Projeto Político-Pedagógico como um instrumento de inteligibilidade e fator de mudanças significativas da cultura escolar. Na lei é expressa a participação de todos na elaboração do PPP da instituição pública de educação básica. Trata-se um aspecto legal fundamental, uma vez que quando todos participam na tomada de decisões da escola, sentem-se responsáveis e se comprometem com os seus respectivos papéis na educação das crianças e dos jovens, tornando-se viável o estabelecimento e o alcance do objetivo principal de um ensino de acesso universal e com qualidade. Em outras palavras, a garantia da gestão democrática e participativa é um dos pilares para a construção de uma escola públ...
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  A IMPORTÂNCIA DAS ARTES PARA A FORMAÇÃO HUMANISTA DE UM POVO Por JOSÉ MARTÍ (Advogado, Escritor, Jornalista e Líder da Independência de Cuba, 1853-1895) (1) Por que se deve cultuar as artes? O culto das artes enobrece o ânimo e embeleza as fisionomias. Há sempre no ânimo disposição secreta a falar de coisas belas. O espírito faz festa com todas as produções dele, e isto porque a força animadora é una e há fraternidade oculta em todas as formas de expressão do ser. Mais pode a simpatia do que a inveja porque há sobre a terra mais flores do que serpentes e no céu mais nuvens azuis do que obscuridades anunciadoras de furacão. É bom se utilizar das artes para se esquecer das pequenezes diárias. Como a beleza é a conformidade do espírito com todo o indecifrável, o admirável, o imerso, o vago, o belo se expressa melhor quanto mais meios tem para se revelar, menos obstáculos para se produzir, mais instrumentos com que possa refletir a abstrata necessidade de encontro do hom...
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DOCUMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA O documento do Ministério da Educação intitulado "Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva" estabelece que o seu objetivo é assegurar o processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais, de modo a garantir: (i) acesso com participação e aprendizagem no ensino comum; (ii) oferta do atendimento educacional especializado; (iii) continuidade de estudos e acesso aos níveis mais elevados de ensino; (iv) promoção da acessibilidade universal; (v) formação continuada de professores para o atendimento educacional especializado; (vi) formação dos profissionais da educação e comunidade escolar; (vii) transversalidade da modalidade de ensino especial desde a educação infantil até a educação superior; e (viii) articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. A educação inclusiva constitui uma proposta educacional que rec...
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A PERSEGUIÇÃO DO ESTADO VARGUISTA AO DEMOCRATA E LIBERAL ANÍSIO TEIXEIRA EM 1935: O EQUÍVOCO DOS SETORES TRADICIONAIS DA SOCIEDADE BRASILEIRA EM ENXERGAREM O "PERIGO VERMELHO" EM TODOS OS INDÍVIDUOS, LUGARES E MOMENTOS Por RAQUEL PEREIRA CHAINHO GANDINI (FACULDADE DE EDUCAÇÃO - UNIVERSIDADE DE CAMPINAS, UNICAMP) O Estado que se forma a partir da Revolução de 1930 e se consolida no período de 1930 a 1937, representa uma forma de realização do próprio capitalismo, sob a a aparente desvinculação da elite dirigente das classes dominantes, ou seja, através da autonomia do poder político executivo e submissão dos diferentes setores da burguesia, na medida em que não se caracterizava como um simples órgão executivo da burguesia. Este tipo de regime político emerge em situação específica de necessidades que são impostas ao capitalismo, de acordo com as leis do desenvolvimento desigual e combinado. A necessidade da burguesia do Brasil de abdicar do poder político para pode...
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INDIVÍDUO E SOCIEDADE NOS PROCESSOS EDUCACIONAIS: ACERCA DAS CONTRIBUIÇÕES DE ÉMILE DURKHEIM PARA UMA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Por Carlos Otávio Fiúza Moreira (Pesquisador e Professor - FIOCRUZ) (1) Introdução Segundo Émile Durkheim na obra "Educação e Sociologia", "cada sociedade, considerada em momento determinado de seu desenvolvimento, possui um sistema de educação que se impõe aos indivíduos, de modo geralmente irresistível. É uma ilusão acreditar que podemos educar nossos filhos como queremos. Há costumes com relação aos quais somos obrigados a nos conformar; se os desrespeitamos, muito gravemente, eles se vingarão em nossos filhos. Estes, uma vez adultos, não estarão em estado de viver no meio de seus contemporâneos, com os quais não encontrarão harmonia" (p. 36). Ademais, 'para encontrar um tipo de educação absolutamente homogêneo e igualitário, seria preciso remontar até as sociedades pré-históricas, no seio das quais não existisse nenhuma dife...
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  A IDENTIDADE DA EDUCAÇÃO (O TEMA DA IDENTIDADE EPISTEMOLÓGICA DO CAMPO DA EDUCAÇÃO A PARTIR DA LEITURA DE "CIÊNCIA E ARTE DE EDUCAR", DE ANÍSIO TEIXEIRA) Por Zaia Brandão (Professora da PUC-Rio, pesquisadora do CNPq e cientista da FAPERJ): Segundo Anísio Teixeira, "como a medicina, a educação é uma arte. E arte é algo muito mais complexo e muito mais completo do que uma ciência". Desde que a sociedade é percebida como grupo humano organizado, com uma certa identidade e história, é possível identificar uma forma de agir coletiva, objetivando desenvolver, nas crianças e nos jovens, as habilidades e conhecimentos que facilitariam o seu entrosamento com o restante do grupo. Esse processo de socialização dos grupos mais jovens constitui uma prática social universalmente caracterizada como educação. Não há, portanto, maiores problemas na compreensão do caráter de prática social da educação. A identidade da educação como campo de produção de conhecimentos ...
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  PAULO FREIRE E A CONDIÇÃO DAS MULHERES (Para uma compreensão histórica e reflexão crítica sobre o significado do feminismo e da luta pela igualdade de gênero) Por Baldoíno Antônio Andreola (Pós-doutor em Educação pela UFRGS) Em sua "Terceira Carta Pedagógica", deixada inacabada sobre sua mesa, Freire escreveu: "desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros". Em Pedagogia da Autonomia escreveu: "a ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe". Em Porto Alegre, numa fala aos docentes da UFRGS, em 1988, Freire iniciou assim: "Minhas prezadas professoras!" Fez uma pausa, e continuou: "Por que deveria iniciar dizendo: meus prezados professores, se a grande maioria, nesta sala, são professoras?" No li...
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GERALDO VANDRÉ E A MÚSICA "CHE" EM HOMENAGEM A ERNESTO GUEVARA NO FESTIVAL INTERNACIONAL DA MÚSICA NA BULGÁRIA EM 1968 (Fragmentos da História da Música Popular Brasileira durante o Regime Militar) Marconi Campos da Silva, músico e compositor potiguar, compôs em 1967 uma primeira versão da música "Che" inicialmente apenas instrumental. Com medo da repressão durante o regime militar, quando perguntado sobre a temática da música, negava tratar-se de uma canção composta para homenagear o guerrilheiro e revolucionário. Afirmava que, na realidade, referia-se ao povo gaúcho. Ainda que não tivesse letra, a música foi censurada pela ditadura no mesmo ano. Apesar da censura imposta à música de Marconi Campos, Geraldo Vandré insistia em pôr uma letra na composição instrumental. Marconi resistiu à ideia, o que seria justificável porque se vivia em um cenário político pré-Ato Institucional n.º 5 marcado pela sensação de permanente vigilância e repressão pelo Estado bras...