COMO ELABORAR BONS PROJETOS EDUCATIVOS NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO BRASIL?
Por JORGE ESCHRIQUI
A elaboração de um projeto na área educacional deve enfatizar a interação social entre os próprios alunos e entre professor e estudantes, sem perder de vista as ações que possibilitam uma aprendizagem significativa dos conteúdos, as individualidades de cada indivíduo, o desenvolvimento de competências e habilidades, os objetivos para a solução de problemas e/ou necessidades e a oportunidade do “aprender fazendo”. Neste sentido, cabem ao docente as funções de incentivo, orientação, assistência e condução do processo de construção de conhecimentos, possibilitando ao aluno se tornar um agente de sua própria aprendizagem.
Segundo Maximiliano Menegolla e Ilza Martins Sant´Anna, um bom projeto na escola deve ter como fundamento o “aprender fazendo”, ou seja, uma metodologia que garanta a participação das pessoas envolvidas, oportunizando-se, desse modo, uma integração que favoreça “o crescimento individual e grupal, além de permitir uma consciência capaz de propor reais soluções” (p. 106). Neste tipo de projeto, a aprendizagem depende de uma interação entre os indivíduos e destes com os conhecimentos e o meio, criando-se as condições favoráveis para uma aprendizagem significativa. À medida que os sujeitos envolvidos no projeto formulam questões, eles constroem os seus conhecimentos. Os bons projetos na área educacional devem organizar a construção dos conhecimentos em torno de metas previamente definidas, de forma coletiva, entre alunos e professores. Dessa maneira, em projetos na escola, os estudantes deixam de ser tábula rasa e passam a se constituir em agentes ativos do processo de ensino e aprendizagem.
O sucesso do projeto depende fundamentalmente da motivação dos discentes, pois a questão a ser pesquisada deve partir de suas curiosidades, dúvidas e indagações. Assim, eles são desafiados a refletir sobre as suas necessidades, estimulando-se neles a competência para formular e equacionar problemas.
Não há fórmulas prontas e nem modelos metodológicos engessados para a elaboração de um bom projeto educativo, mas referenciais que poderão dar subsídios para que o professor adeque o projeto à sua realidade de atuação. Todo projeto na área educacional deve ter como ponto de partida uma problemática relacionada à realidade dos alunos e, com base em diagnóstico dessa realidade, os objetivos são elaborados atendendo às expectativas e necessidades dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Em síntese, um bom projeto deve ser bem motivado, ter um valor educativo, consistir em fazer algo, contar com a participação ativa dos alunos e considerar o meio no qual as pessoas envolvidas nele estão inseridas.
De acordo com Maximiliano Menegolla e Ilza Martins Sant´Anna, um bom projeto educativo deve elucidar as causas que geraram a sua necessidade (descrição breve para um conhecimento sobre a que se refere), definir o que se deseja alcançar ao final das ações desenvolvidas (definição clara e precisa dos objetivos que se pretende alcançar com o projeto e determinação de metas concretas, devidamente quantificadas), explicar os motivos que fundamentam o projeto, descrever a metodologia que será utilizada para o desenvolvimento das ações (descrição da forma pela qual se pretende alcançar o objetivo, explicando os diversos caminhos para alcança-lo e a justificativa de sua escolha), descrever os recursos materiais utilizados na execução do projeto e explicitar as pessoas envolvidas no projeto, com carga horária disponível e tipo de função, elaborar relatórios parciais para o acompanhamento do desenvolvimento do tema, fazer uma avaliação final dos trabalhos que foram programados e desenvolvidos e possibilitar um feedback dos alunos, apontando-se os aspectos positivos e negativos observados ao longo do desenvolvimento do projeto em suas diferentes fases e etapas para se obter aprendizados para a realização de futuros trabalhos pedagógicos com projetos e se permitir o despertar de um espírito crítico, reflexivo e autônomo nos estudantes. Contudo, trata-se de sugestão sobre cada parte que deve compor um projeto, pois há diversos outros aspectos que poderão ser inseridos de acordo com a criatividade e adequação da proposta à realidade de atuação do educador e ao processo de construção de saberes e competências coletivamente pelos alunos.
Referência:
MENEGOLLA, Maximiliano; SANT´ANNA, Ilza Martins. Por que planejar? Como planejar? 22 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
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