PRINCÍPIOS, VALORES E VIRTUDES NA EDUCAÇÃO PARA O APRENDIZADO DO CONVÍVIO COLETIVO NO MUNDO ATUAL:
Princípios são preceitos, leis ou pressupostos considerados universais que definem as regras pelas quais uma sociedade deve se orientar. Princípios são incontestáveis, pois, quando adotados não oferecem resistência alguma. Entende-se que a adoção desses princípios está em consonância com o pensamento da sociedade e vale tanto para a elaboração da constituição de um país quanto para acordos políticos entre as nações ou estatutos de condomínio. Os princípios se aplicam em todas as esferas (pessoal, profissional e social), podendo-se mencionar alguns exemplos: amor, felicidade, liberdade, paz e plenitude. Como cidadãos (pessoas e profissionais), esses princípios fazem parte da existência dos indivíduos e durante as suas vidas estes estarão lutando para torná-los inabaláveis. Tem-se direito a todos eles, contudo, por razões diversas, eles não surgem gratuitamente. A base dos princípios é construída no seio da família e, em muitos casos, eles se perdem no meio do caminho. De maneira geral, os princípios regem a existência humana e são comuns a todos os povos, culturas, eras e religiões, queira-se ou não. Quem age diferente ou em desacordo com os princípios universais acaba sendo punido pela sociedade e sofre todas as consequências.
Valores são normas ou padrões sociais geralmente aceitos ou mantidos por determinado indivíduo, classe ou sociedade. Portanto, em geral, dependem basicamente da cultura relacionada com o ambiente onde se está inserido. É comum existir certa confusão entre valores e princípios. Todavia, os conceitos e as aplicações são diferentes. Diferente dos princípios, os valores são pessoais, subjetivos e, acima de tudo, contestáveis. O que vale para um indivíduo não vale necessariamente para os demais. A sua aplicação pode ou não ser ética e depende muito do caráter ou da personalidade da pessoa que os adota. Na prática, é muito mais simples ater-se aos valores do que aos princípios, pois estes exigem muito das pessoas.
Virtudes são disposições constantes do espírito, as quais, por um esforço da vontade, inclinam à prática do bem. Aristóteles afirmava que há duas espécies de virtudes: a intelectual e a moral. A primeira deve, em grande parte, sua geração e seu crescimento ao ensino e, por isso, requer experiência e tempo, ao passo que a virtude moral é adquirida com o resultado do hábito. Segundo o mesmo Aristóteles, nenhuma das virtudes morais surge nos indivíduos naturalmente, visto que nada que existe por natureza pode ser alterado pela força do hábito. Portanto, virtudes nada mais são do que hábitos profundamente arraigados que se originam do meio onde se é criado e condicionado através de exemplos e comportamentos semelhantes.
Uma pessoa pode ter valores e não ter princípios. Por exemplo, Adolf Hitler conhecia os princípios, mas preferiu ignorá-los e adotar valores como a supremacia da raça ariana, a aniquilação da oposição e a dominação pela força. Valores e virtudes baseados em princípios universais são inegociáveis e, assim como a ética e a lealdade, ou o indivíduo tem ou não tem. Entretanto, conceitos como liberdade, felicidade ou riqueza não podem ser definidos com exatidão. Cada pessoa tem recordações, experiências, imagens internas e sentimentos que dão um sentido especial e particular a esses conceitos.
O importante é que o ser humano não perca de vista esses conceitos e tenha em mente que a sua contribuição no universo pessoal e social depende da aplicação mais próxima possível do senso de justiça. E a justiça é uma virtude tão difícil e tão negligenciada que a própria justiça sente dificuldades em aplicá-la. É imprescindível o aprendizado e a experiência da luta pelos princípios desde a infância. Dessa maneira, os valores e as virtudes fluirão naturalmente.
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