A INCLUSÃO SOCIAL E A DESNATURALIZAÇÃO DOS PRECONCEITOS DURANTE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NAS ESCOLAS
Por JORGE ESCHRIQUI
Uma das funções do professor nos espaços educativos é contribuir para a formação intelectual e humana dos alunos, tendo como princípio norteador uma didática na qual estes sejam sujeitos ativos no processo de ensino e aprendizagem e não apenas meros depósitos de conteúdos prontos e acabados. Para que tal prática ocorra, faz-se necessário o planejamento das etapas do trabalho pedagógico de abordagem dos diversos conteúdos, levando-se em consideração os programas curriculares e o Projeto Político-Pedagógico de cada instituição escolar. Neste sentido, é imprescindível um diagnóstico das condições sociais, econômicas e culturais das turmas de estudantes com as quais se desenvolverá a prática docente, o uso de recursos e a implementação de atividades que realizem a transposição didática dos conhecimentos escolares para a realidade dos discentes e, consequentemente, facilitem uma aprendizagem significativa dos conteúdos, e a escolha de formas de verificação do aprendizado que não se baseiem apenas em avaliações pontuais ou somativas (provas, testes, etc.), mas que considere também a aquisição acumulativa de competências e habilidades e o nível de participação e interesse pelos conteúdos trabalhados em sala de aula ao longo de uma determinada etapa do processo de ensino e aprendizagem.
A contribuição do professor/historiador para a questão da exclusão/inclusão dá-se por meio da desnaturalização dos preconceitos, ou seja, do desenvolvimento de atividades didáticas que induzam os alunos a compreenderem que as desigualdades e os pré-julgamentos de indivíduos, segmentos sociais, sociedades e povos ao longo da História aconteceram e ocorrem ainda a partir de referenciais culturais de cada espaço e tempo. Logo, constituem-se em produtos ou artefatos culturais de cada contexto histórico-social, que são passíveis de mudança e transformação através da conscientização, do engajamento e da mobilização social daqueles indivíduos e grupos sociais que são discriminados e excluídos dos processos decisórios e das políticas de Estado em um dado momento. Simultaneamente os estudantes necessitam compreender que a História não é construída somente a partir das ações de grandes personagens políticos, militares e econômicos, mas também por aqueles homens e mulheres de diversas origens e inseridos em vários segmentos sociais.
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