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  CANÇÃO DA DESPEDIDA: O ATO INSTITUCIONAL N.º 5 DE 1968 E O EXÍLIO DE GERALDO VANDRÉ (Histórias sobre a Ditadura Militar de 1964 a 1985 e a Música Popular no Brasil que não devem ser esquecidas...) Por Dalva Silveira (Dissertação de Mestrado em Ciências Sociais - PUC-SP) Poucos sentiram tão fortemente o peso da ditadura militar como Geraldo Vandré. E a maior responsável por isso foi sua canção "Pra não dizer que não falei de flores", ou "Caminhando", apresentada no III Festival Internacional da Canção, no dia 29 de setembro de 1968. A canção ficou em segundo lugar (perdeu para Sabiá, de Chico e Tom Jobim, que receberam a maior vaia de suas vidas), mas foi cantada e recantada pelo público e chamada como a "Marselhesa Brasileira". O certo é que, após o sucesso estrondoso de "Caminhando"', um verdadeiro hino contra a ditadura, a vida de Vandré tornou-se um martírio. Para se ter uma ideia, Zuenir Ventura faz uma referência a um a...
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CLAUDIA ANDUJAR, A FOTOGRAFIA COMO RECURSO ANTROPOLÓGICO E A DEFESA DA VIDA E CULTURA DO POVO YANOMAMI NO BRASIL (Reflexão e conscientização da relevância das causas dos direitos humanos e do indigenismo) (1) Da perseguição nazista à defesa dos direitos fundamentais das minorias: Filha única de Germaine Guye, uma suíça protestante, e de Siegfried Haas, um engenheiro húngaro judeu, Claudia nasceu em 12 de junho de 1931, na cidade de Neutâchel, na Suíça. Passou a infância em Orádea (que antigamente pertencia à Hungria e atualmente faz parte do território romênio). O casal se separou quando Claudia tinha 8 anos. A menina fica sob a guarda do pai e, pouco tempo depois, é internada em um convento católico. A Segunda Guerra Mundial começava em 1939 e a Hungria se unira à Alemanha, integrando assim as Forças do Eixo. Os judeus, incluindo o pai de Claudia, são tirados de suas casas e enviados a um gueto. Siegfried Haas é depois deportado para o campo de concentração de Dachau, on...
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PUBLICAÇÃO DO ARTIGO "ANÍSIO TEIXEIRA, ESCOLA PÚBLICA DE TEMPO INTEGRAL E EDUCAÇÃO INCLUSIVA" NA REVISTA PRÁTICAS EDUCATIVAS, MEMÓRIAS E ORALIDADES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) (Vamos refletir historicamente sobre a importância da universalização do acesso ao ensino público de qualidade no Brasil?) Venho mui respeitosamente compartilhar com os leitores do meu blog um artigo escrito por mim e publicado na edição atual da Revista "Práticas Educativas, Memórias e Oralidades" da Universidade Estadual do Ceará (UECE), intitulado "Anísio Teixeira, escola pública de tempo integral e educação inclusiva". Este artigo analisa a proposta da construção de escolas públicas de tempo integral na produção intelectual e atuação como gestor público de Anísio Teixeira. Para o educador, trata-se de uma política pública essencial para a garantia da educação inclusiva baseada na universalização do acesso a um ensino de qualidade capaz de oferecer uma formação in...
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O PLANO PARA-SAR: O PLANO SANGUINÁRIO DO BRIGADEIRO JOÃO PAULO MOREIRA BURNIER PARA A EXECUÇÃO DE ATOS TERRORISTAS NO RIO DE JANEIRO DURANTE A DITADURA CIVIL MILITAR (Memória histórica para golpe e ditadura nunca mais!) O brigadeiro da Aeronáutica João Paulo Moreira Burnier ficou conhecido por ter participado de todos os golpes de Estado intentados no Brasil, após o processo de democratização iniciado em 1946. A atuação golpista de Burnier começou durante a crise que levou o presidente Getúlio Vargas ao suicídio, em agosto de 1954. No governo do presidente Juscelino Kubitschek, iniciado em janeiro de 1955, Burnier participou ativamente das três tentativas de golpe, com o intuito, primeiro, de impedir a posse do presidente, e depois, de derrubá-lo, todas sem sucesso; finalmente, atuou intensamente junto com os articuladores do golpe de abril de 1964, que levou à ditadura militar, encerrada somente em 1985. Desde 1963, quando fez o curso da United States Army School of the Americ...
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TRECHOS DO DIÁRIO DE UM PRACINHA BRASILEIRO PRESO EM UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO NAZISTA DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL REFLEXÃO E CRÍTICA : Como é possível em pleno século XXI elementos da cidade de Catanduva, interior de São Paulo, fazerem saudação nazista e postarem o vídeo em suas redes sociais com os seus respectivos nomes descaradamente somente para repetir o gesto deplorável de Elon Musk durante a posse de Donald Trump nos Estados Unidos? Este texto serve para que reflitamos e tomemos consciência do que foi o nazismo, inclusive para os combatentes brasileiros na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial! O nazismo não combina com o patriotismo que o Brasil precisa no presente, mas com o que a Humanidade já produziu de mais abjeto e asqueroso em sua História! Por WALDEMAR CEZEROLI (Combatente da Força Expedicionária Brasileira preso pelos nazistas em um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial) Muitos pracinhas registraram por escrito sua experiência durant...
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JOHN DEWEY*: RELATOS DE VIAGEM DE UM EDUCADOR E FILÓSOFO LIBERAL NORTE-AMERICANO À UNIÃO SOVIÉTICA (Documento/fonte primária fundamental para a compreensão da história política e da educação contemporânea mundial - século XX) É pouco conhecido por parte de educadores e historiadores brasileiros que, John Dewey, reconhecido como o educador liberal avançado mais conhecido em todo o mundo, aceitou visitar a União Soviética, em 1928, junto com vários educadores de destaque internacional, a convite do governo soviético. Sobre a visita, Dewey escreveu diversos artigos, reunidos em livro lançado em 1929, nos Estados Unidos, com o título "Impressions of Soviet Russia and the Revolutionary World". As observações de Dewey sobre a viagem à União Soviética eram publicadas na imprensa norte-americana à medida que a visita ia se realizando. As observações e análises de Dewey sobre o que presenciou na URSS, em pleno período do governo de Josef Stalin, na continuidade do processo de...
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  POR QUE A DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DA COMUNIDADE LGBTQIA+?        Por JORGE ESCHRIQUI O Brasil é o país do mundo ocidental onde mais se assassina indivíduos da comunidade LGBTQIA+, sobretudo a parcela composta por transexuais. E não se trata de Fake News, mas de uma deprimente realidade. Segundo dados do dossiê " Assassinatos e Violência Contra Transexuais e Travestis", elaborado pela Trans Murder Monitoring ("Observatório de Assassinatos Trans", em inglês) e Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra), e divulgado em 29 de janeiro de 2021 (Dia da Dia da Visibilidade Trans), "só até setembro de 2020, foram 350 assassinatos reportados — um aumento de 6% em relação a todo o ano de 2019. Dessas mortes, 82% aconteceram na América Latina, sendo 43% delas no Brasil". Entre os motivos para este deplorável cenário, podem ser citados o preconceito, a falta de oportunidades e a escassez de políticas públicas para a inclusão social da população ...